ANDRÉ PINHEIRO - Rio de Janeiro
( BRASIL – RIO DE JANEIRO )
ANTOLOGIA DELICATTA VIII : poesia, contos. O rganização Luiza Moreira. São Paulo: Editora Delicatta, 2013. 154 p. ISBN 978-85-64167-S83-4 Ex. gentilmente enviado por Zen-monk HAKUSAN K.白山高元師
REFLEXÕES DE DEUS
No silêncio de sua razão, você Me procura em vão raciocínio
No impuro sentimento, ainda em seu coração
Você Me perde no desvão do fascínio...
E pergunta por que Vivo em silêncio...
Sem respostas às perguntas de seus anseios
Perde-Me nas vagas da sensação
Buscando Minha imagem num êxtase sem roteiro...
Você, então volta a olhar ao céu... Ao mar... À imensidão
Não me vê em seu devaneio... Anda e se detém com receio
Da vida que fala, escuta, cheira, toca e tem a visão...
Sem saber de onde você veio
Para onde vai ao final e o que fazer do caminho... No meio...
Eu falo agora ao seu coração! Você é fruto do meu seio
Eu plantei em você a semente da perfeição
Agora é preciso fazê-la crescer sem receio...
E o ser imperfeito receber, tudo o que faltada criação...
Eu sou... A luz que a tudo permeio...
Eu sou... A fonte de água viva que rega o sertão...
Eu sou... Após o furacão, a brisa serena que semeio...
Mas Sou... No furacão, o poder que saneia e torna tudo são!
Mas acalme a angústia do seu anseio
Quando Me procura na matéria em vão
Escuta-Me na canção de um passarinho
Ou no olhar fraterno de um seu irmão...
Você e o “sal da terra” que tempera o cadinho
O planeta Terra, que é seu e de seus irmãos o ninho...
Asserena a ansiedade do seu coração agora!
Nos momento das dolorosas lutas com amargor...
Eu Sou o semeador eterno e Pai de todas as horas!
Nos meus braços um abraço consolador...
A luz do sol na razão e semente de um coração fraterno...
Eu estou em você, e desde sempre é seu, o Meu amor Paterno.
CADÊ MINHAS IDEIAS
Perdi minha ideias em algum lugar
Quando me vi sem palavras para escrever
Comecei procura-las sem parar
Temendo que deixando pra depois pudesse esquecer.
Procurei sob o travesseiro
Lembrando que nas madrugadas, calados
Os sonos podem ser traiçoeiro
Se um sonho esquecido as tivesse levado...?
Depois no exercício de respirar
No ar pensei que as havia perdido
Então, fortemente comecei a inspirar
Buscando a inspiração nos cinco sentidos...
Resolvi depois ficar de cabeça pra baixo
Quem sabe não teriam descido aos pés
Depois de minutos vendo o mundo debaixo
Voltei e fiquei novamente em pé...
Agora que o sangue foi de ponta a cabeça
Percebi que das ideias nunca me separei
Apenas elas quiseram me pregar uma peça
Pois, foi na cabeça mesmo que eu as encontrei...
TEMPESTADE
Surge vento repentino
Olhares ficam preocupados
Repentinamente vendaval, desatino
Arregalam olhos desesperados...
Riscam o cinza raios distantes
Trovões reboam anunciando no céu
Fortes tempestades retumbantes
Que chegam e passam saneando ao léu...
Levantam poeira e as folhas secas do chão
Levam o chapéu da donzela passante elegante
Arrancam esperanças milhares na devastação
Encharcam tudo e passam num arco-íris distante...
Ficam raízes de grandes árvores como história
Esquecidos arbustos que vergam sem se quebrar
Ficam prejuízos da riqueza e vaidade da memória
Esquecidos na humilde simplicidade quem vai recomeçar..
ALFABETO DO CRIADOR
Todas as noites eu fico pensando
De onde venho para aonde eu vou
Embora acordado, eu vivo sonhando
Com um ser abstrato ou concreto... Quem sou?
A essa pergunta, a resposta se manifesta
Maior que o céu, que o mar, que a terra...
Em uma palavra ela se encerra
No ar, na água e na poeira, me toca modesta...
A existência na matéria é incompleta
Enquanto buscamos uma resposta concreta
A vida só passará a ser completa
Abstraindo o sentido que abstrato decreta....
Então, a resposta se mostra claramente
Antes mesmo do sol novamente se por
Aparece em quatro letras em minha mente
No céu, no mar, na terra... Sou o alfabeto do Criador:
AMOR...
*
VEJA E LEIA outros poetas do RIO DE JANEIRO em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_de_janeiro/rio_de_janeiro.html
Página publicada em setembro de 2023
|